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Vermicompostagem, o que é?

Um pouco de história

A Vermicompostagem nos tempos antigos

Segundo informação recolhida no site da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a vermicompostagem foi grandemente relatada ao longo da história mundial.

A influência das minhocas nos solos agrícolas era bem conhecida nos tempos antigos. No Egipto, por exemplo, os faraós consideravam-nas “animais sagrados” e previam castigos severos para quem as prejudicasse.

Os romanos também as admiravam, e o filósofo grego Aristóteles definiu as minhocas como “os intestinos da terra”.

Darwin publica um livro sobre a ação das minhocas

Contudo, apenas no século 19, quando Darwin (1881) publica o seu livro A formação da terra vegetal pela ação das minhocas, é explicada a verdadeira função desses invertebrados no solo. Esta obra foi o início de uma série de pesquisas que transformou a vermicompostagem, também conhecida como vermiestabilização, compostagem com minhocas de terra e minhocultura, numa atividade zootécnica de importância que permite melhorar a produção agrícola.

A primeira referência aos benefícios da vermicompostagem, que consiste no uso das minhocas de terra para a eliminação dos resíduos orgânicos, deve-se ao monge beneditino Augustus Hessing, que, na década de 1930, utilizava as minhocas para tratamento dos resíduos orgânicos produzidos no monastério.

Em meados da década de 1940, nos Estados Unidos iniciou-se a criação intensiva de minhocas de terra com a finalidade de obter vermicomposto ou húmus de minhoca. Inicialmente utilizou-se a espécie vermelha-da-califórnia, a qual, posteriormente, pela facilidade de criação, rápida reprodução e grande variedade de resíduos orgânicos que é capaz de ingerir, tornou-se a minhoca mais conveniente e adequada para os processos de vermicompostagem e minhocultura.

A vermicompostagem começa a ser alvo de estudos científicos

O conhecimento científico dos processos da vermicompostagem iniciou-se na década de 1970, nos Estados Unidos, com os professores Clive A. Edwards e E. Neuhauser (Universidade de Cornell) e R. Hartenstein (Universidade do Estado de Nova Iorque, Siracusa), que estabeleceram as bases científicas e técnicas para o desenvolvimento desses sistemas.

Posteriormente, esses processos foram desenvolvidos de forma espetacular em diferentes países da Europa (Grã-Bretanha, Itália, Holanda e Espanha), África (África do Sul), Sudeste da Ásia (Filipinas, China e Índia), América (Estados Unidos, Cuba, Colômbia, Argentina e Equador) e Oceania (Austrália).

Vermicompostagem, o que é?

O descarte dos resíduos orgânicos domésticos e industriais tem causado diversos problemas sociais, ambientais e económicos, para os quais se tem procurado desenvolver soluções. A vermicompostagem, ou minhocultura, é uma das técnicas sustentáveis utilizada como solução na decomposição de Resíduos Orgânicos.

A vermicompostagem é o processo de decomposição biológica que consiste na interação entre minhocas e microrganismos. As minhocas atuam como um “moinho biológico” e, por meio da transformação da matéria orgânica, modificam as suas características físicas, químicas e biológicas.

Dessa forma, reduzem progressivamente a relação C/N e aumentam a área exposta, tornando-a assim muito mais suscetível à atividade microbiológica e, portanto, mais degradável. Quando a matéria orgânica passa pelo sistema digestivo da minhoca, os fragmentos e os excrementos ricos em bactérias são misturados, e o material torna-se homogeneizado.

Produto final: Vermicomposto

O vermicomposto, ou húmus de minhoca, é um material parecido com o húmus, tendo como características uma baixa relação C/N, alta porosidade, alta capacidade de retenção hídrica e grande parte dos nutrientes em formas facilmente acessíveis às plantas.

As excreções das minhocas possuem ainda alta concentração de material orgânico e altas taxas de mineralização, o que favorece a absorção dos nutrientes pelas plantas.

O processo de vermicompostagem é considerado uma “ecotecnologia” limpa, sem impacto ambiental, tendo como benefício máximo, a produção de um produto final de alta qualidade.

Confira todos os artigos desta série RECICLAGEM ORGÂNICA aqui.

Elisabete Milheiro

Fonte:

http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/bitstream/riufcg/24860/3/MARIA%20INGRID%20DE%20SOUZA%20-%20TCC%20LICENCIATURA%20EM%20CI%c3%8aNCIAS%20%20BIOL%c3%93GICAS%20CES%202018.pdf

https://www.embrapa.br

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