
Importância e Funções do Manganês para as Plantas
Na sequência de artigos que abarcam a importância e funções dos diferentes nutrientes para as plantas, neste artigo vamos falar sobre o micronutriente – Manganês.
O manganês é essencial à formação da clorofila, existindo em todos os vegetais, particularmente nas partes verdes: folhas, rebentos e lançamentos novos. Em contrapartida quase não se encontra no material lenhoso. Parece ter um papel muito importante na formação das diastases oxidantes.
A deficiência de manganês faz-se sentir sobretudo na cultura da aveia, da cevada, do trigo e da batata. É prejudicial também às árvores fruteiras, às beterrabas açuca-reiras e forrageiras, assim como a outras plantas de cultura arvense e hortícola.
Os sintomas são caracterizados por clorose. Assim, por exemplo, no trigo – começa-se por observar uma clorose geral quando a planta tem 3 a 4 folhas, manchas cinzentas de formas diversas localizadas a meio da folha no sentido longitudinal; depois, mais tarde, as folhas dobram-se em ângulo agudo, os tecidos morrem, mas a extremidade e a base permanecem verdes.
A carência de manganês manifesta-se tipicamente em solos calcários, principalmente quando o nível friático é muito alto. Pode todavia observar-se também em solos arenosos e turfosos.
Quando se faz uma calagem intensiva em solos minerais fortemente lixiviados é frequente provocar-se uma deficiência de manganês. É muito raro que apareça em solos ácidos.
Muitas vezes o solo contém manganês em quantidades apreciáveis, mas este encontra-se em estado inassimilável; supõe-se que o manganês bivalente seja o único a poder ser utilizado pelas plantas.
O principal factor que governa a assimilabilidade deste elemento é o pH, podendo dizer-se que quanto mais ácido for o solo maior é a existência de manganês assimilável.
É por este motivo que naturalmente o primeiro efeito prejudicial de um solo com pH excessivamente baixo sobre certas culturas é devido à toxicidade da grande quantidade de manganês que a planta absorve, pois, ao contrário dos outros oligoelementos, este pode acumular-se nos tecidos das plantas em quantidades muito mais elevadas do que as necessárias para um desenvolvimento óptimo.
Baseados nestes factos, alguns autores preconizam como método para reduzir a deficiência de manganês no solo elevar a sua acidez, utilizando enxofre ou grandes quantidades de sulfato de amónio.
Certas bactérias do solo e das raízes das plantas podem, possivelmente, oxidar também o manganês bivalente na zona radicular da cultura, provocando assim de igual modo a sua deficiência.
Além do enxofre e do emprego de sulfato de amónio que referimos, o processo mais frequentemente adoptado para combater esta carência consiste em espalhar 50 a 100 kg de sulfato de manganês por hectare. Estas doses, aparentemente apreciáveis, têm, algumas vezes, de ser aumentadas e a sua aplicação repetida, durante vários anos seguidos, porque o sulfato de manganês assim aplicado torna-se quase sempre rapidamente inactivo.
A pulverização duma solução de sulfato de manganês sobre as plantas, no princípio da Primavera, produz efeitos mais seguros e rápidos.
Nas árvores de fruto recomenda-se efectuar, depois da floração, uma pulverização com uma solução a 0,3 % adicionada dum molhante. Para a maior parte das plantas herbáceas cultivadas utilizam-se soluções a 2 %.
No próximo artigo vamos falar sobre o micronutriente – Cobre.
Elisabete Milheiro
Fonte: Manuel Vianna e Silva, Adubos e Adubações, Clássica Editora