Importância e Funções do Enxofre para as Plantas
Na sequência de artigos que abarcam a importância e funções dos diferentes nutrientes para as plantas, neste artigo vamos falar sobre o macronutriente secundário – Enxofre.
O enxofre é muito importante quer na vida das plantas quer na vida do solo. É um constituinte essencial de muitas proteínas e apresenta-se também nas essências produzidas por certas plantas, como a de mostarda das espécies de Brassica.
Na maioria das crucíferas, em que este elemento se encontra em maior percentagem, as quantidades de enxofre absorvidas ultrapassam geralmente as do fósforo.
O papel do enxofre nos solos é complexo. Favorece a nitrificação e intensifica a acção microbiana. Sob a forma de ácido sulfúrico (numerosos autores têm demonstrado que o enxofre é transformado no solo em ácido sulfúrico pela acção oxidante de microorganismos especiais) mobiliza numerosos elementos do solo, em particular o ferro, o alumínio e o manganésio.
Pelo facto de o enxofre, na sua transformação em ácido sulfúrico, passar por estados intermédios (ácidos hipo-sulfurosos), dando, com as bases do solo, hipo-sulfitos, que são desinfectantes, considera-se este elemento como muito favorável à higiene do solo.
O emprego de adubos sob a forma de sulfatos, principalmente dos superfosfatos de cal, que contêm 40 a 50 % de sulfato de cálcio, do sulfato de amónio e do de potássio, os tratamentos anticriptogâmicos sulfurados, o estrume, etc, contribuem para que, duma maneira geral, não seja corrente esta deficiência.
No entanto, quando ela se notar, o que é susceptível de acontecer em terrenos muito pobres de enxofre e na cultura de plantas crucíferas, poderá recorrer-se à flor de enxofre, ou ao enxofre coloidal nas culturas irrigadas. A dose de 100 kg por hectare pode servir de base, mas deverá ser controlada por ensaios culturais.
O efeito mais nítido que o sulfato dos superfosfatos parece ter nas colheitas, em relação aos outros adubos que contêm enxofre, poderá ser devido ao facto de a solubilização do superfosfato ser mais lenta do que a dos sulfatos de amónio e potássio.
No próximo artigo vamos falar sobre o macronutriente secundário – Sódio.
Elisabete Milheiro
Fonte: Manuel Vianna e Silva, Adubos e Adubações, Clássica Editora